A dignidade de crer
Em tempo de debate sobre o valor incondicional de cada vida humana, sobretudo das mais desprotegidas, sobressai, de novo, a questão da pertinência pública da fé cristã. Ora, sabemos que determinada modernidade pretendeu eliminá-la, precisamente na medida em que lhe recusou «dignidade», pelo menos da parte de um humano suficientemente adulto e racional. Essa recusa foi, sem dúvida, causa de muitos problemas, inclusivamente para os cristãos que se fecharam na sua individualidade ou na sacristia das suas decisões e devoções. Mas também pode ser acolhida como desafio a repensar a dignidade de uma opção e de um modo de ver e de pensar profundamente humanos e, por isso, profundamente dignos.
Os cristãos das nossas comunidades, hoje portadores de formação mais alargada, estão no momento de recuperar a consciência da dignidade do «crer» - a exemplo de muitas mulheres e homens de grande formação e empenho sócio-político, que não têm problemas em confessar a sua fé e em assumir as consequências disso resultantes.
O saliente teólogo de Burgos, Eloy Bueno de la Fuente, publicou um livro, acessível também a não-teólogos, que pode ajudar a reformular a «dignidade do crer», em tempos desafiantes. Partindo dos actuais desafios do ateísmo, do paganismo e do pós-cristianismo, formula a pertinência do crer, centrando-se sobretudo na categoria da alegria - que pode e deve ser vivida, quer na complexidade das relações sociais, quer mesmo na eventual perplexidade das relações eclesiais.
E. BUENO DE LA FUENTE, La dignidad de creer, Madrid: BAC.
1 Comments:
As celebrações católica e ortodoxa deste domingo não têm correspondência entre si a nível da Liturgia da Palavra, pelo que o link não se justifica. Misleading.
By Anónimo, at 6:26 da tarde
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