Uma monja moderna
Aconteceu ontem. Tomei um avião que saía de Roma para Madrid. Os passageiros, os de sempre: turistas, empresários, aventureiros. Os atrasos, também os de sempre… Sentei-me mais ou menos a meio do avião. Ao meu lado estava uma monjita jovem. Com o seu sorriso e o seu rosto claro inspirou-me uma grande paz. O seu olhar transparente falava mais de Deus do que muitos sermões. Ela estava muito bem apresentada, muito digna, com o seu hábito branco e o seu rosário na mão.
Quando acabou de rezar, começou cometamos a conversar e ela falou-me da sua formação e da sua vocação. Foi uma conversa agradável como poucas. Surpreendendo-me com a sua alegria, falou-me também do grande amor que tinha pela Igreja e o seu desejo de trabalhar cada vez mais para a ajudar. Confessou que não via o mundo consumista e ateu com azia, mas como uma roda que se dirige constantemente para Deus.
«Não sou optimista – disse-me – sou uma mulher que vive de esperança. A diferença entre o optimismo e a esperança é que o primeiro diz: “Todo acabará bem porque o mundo não pode ficar pior”; a segunda, ao contrário: “Deus está connosco, ama-nos e jamais nos abandonará. E apesar das coisas andarem mal, no fim, sempre poderemos encontrar Deus… se quisermos”», e soltou um sorriso cintilante. Entretanto, chegou a hospedeira com uma pequena refeição. Um bom frango frio, um pão e uma salada mista. Nada melhor para continuar a nossa conversa. Obviamente, sem antes de abençoar os alimentos.Sem afã prioritário pensei: «Esta é uma monja clássica». Mas, para meu espanto, depois da refeição, tirou da sua bagagem um admirável laptop e começou a escrever.
Invadiu-me a curiosidade. Não é normal ver uma monja a trabalhar com um portátil e muito menos num avião. O que acontece é que a boa religiosa, além de todos os seus afazeres catequéticos e pedagógicos, dedica parte do seu tempo a escrever para um diário da sua diocese. Além disso, é consultora vocacional da sua congregação – que penosamente não me lembro qual era – e tinha que responder a uma boa dezena de e-mails.Eu fiquei boquiaberto. Uma reverenda moderna. E ao mesmo tempo também clássica. E será que o moderno está necessariamente em contraste com o clássico?! Interroguei-me.
Aprendi muito com ela. Sobretudo que na Igreja temos que aproveitar melhor os avanços tecnológicos para evangelizar mais, tendo sempre como pano de fundo a fidelidade à mesma Igreja. Também me ensinou que nós, os cristãos, beneficiamos de segurança no futuro, não por nosso esforço ou mérito, mas porque Deus nos prometeu.
Quantas religiosas existem no mundo que vivem assim a sua vocação! Millares! Certamente que serão poucas as que viajam assim de avião, e talvez nem sequer têm correio electrónico. Mas, para a imensa maioria, uma multidão, desgasta-se exemplarmente transmitindo o amor de Deus aos demais homens e mulheres do mundo.
Irmã Maria Luísa, obrigado! Adolfo Güémez
Quando acabou de rezar, começou cometamos a conversar e ela falou-me da sua formação e da sua vocação. Foi uma conversa agradável como poucas. Surpreendendo-me com a sua alegria, falou-me também do grande amor que tinha pela Igreja e o seu desejo de trabalhar cada vez mais para a ajudar. Confessou que não via o mundo consumista e ateu com azia, mas como uma roda que se dirige constantemente para Deus.
«Não sou optimista – disse-me – sou uma mulher que vive de esperança. A diferença entre o optimismo e a esperança é que o primeiro diz: “Todo acabará bem porque o mundo não pode ficar pior”; a segunda, ao contrário: “Deus está connosco, ama-nos e jamais nos abandonará. E apesar das coisas andarem mal, no fim, sempre poderemos encontrar Deus… se quisermos”», e soltou um sorriso cintilante. Entretanto, chegou a hospedeira com uma pequena refeição. Um bom frango frio, um pão e uma salada mista. Nada melhor para continuar a nossa conversa. Obviamente, sem antes de abençoar os alimentos.Sem afã prioritário pensei: «Esta é uma monja clássica». Mas, para meu espanto, depois da refeição, tirou da sua bagagem um admirável laptop e começou a escrever.
Invadiu-me a curiosidade. Não é normal ver uma monja a trabalhar com um portátil e muito menos num avião. O que acontece é que a boa religiosa, além de todos os seus afazeres catequéticos e pedagógicos, dedica parte do seu tempo a escrever para um diário da sua diocese. Além disso, é consultora vocacional da sua congregação – que penosamente não me lembro qual era – e tinha que responder a uma boa dezena de e-mails.Eu fiquei boquiaberto. Uma reverenda moderna. E ao mesmo tempo também clássica. E será que o moderno está necessariamente em contraste com o clássico?! Interroguei-me.
Aprendi muito com ela. Sobretudo que na Igreja temos que aproveitar melhor os avanços tecnológicos para evangelizar mais, tendo sempre como pano de fundo a fidelidade à mesma Igreja. Também me ensinou que nós, os cristãos, beneficiamos de segurança no futuro, não por nosso esforço ou mérito, mas porque Deus nos prometeu.
Quantas religiosas existem no mundo que vivem assim a sua vocação! Millares! Certamente que serão poucas as que viajam assim de avião, e talvez nem sequer têm correio electrónico. Mas, para a imensa maioria, uma multidão, desgasta-se exemplarmente transmitindo o amor de Deus aos demais homens e mulheres do mundo.
Irmã Maria Luísa, obrigado! Adolfo Güémez
Traduzido por P.e Francisco Miguel
1 Comments:
Somos da mesma diocese...
Tudo por Jesus, nada sem Maria.
Bom mês de Maio.
abrç+
By sedente, at 10:46 da manhã
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