Os idosos na comunidade familiar
«A evolução médico-científica, a melhoria da higiene, da salubridade e das condições de vida globais, provocaram o aumento da esperança de vida. Como consequência, aumentou significativamente o número de pessoas idosas na sociedade actual. Trata-se de uma questão que, além do seu impacto óbvio nas estruturas sociais, laborais e económicas, tem também consequências sérias na comunidade familiar.
Muitos idosos, por vontade própria ou por exigência das circunstâncias, vivem sozinhos, numa situação de especial vulnerabilidade. Por vezes, essa realidade significa pobreza, isolamento, solidão, esquecimento, tristeza e desamparo, apesar do apoio e do acompanhamento das instituições de solidariedade social públicas ou privadas. […] As suas carências económicas não lhes permitem, muitas vezes, o acesso a determinados bens de primeira necessidade _ nomeadamente aos cuidados de saúde — nem o aproveitamento do tempo de lazer a que têm direito.
Muitos idosos estão, felizmente, integrados em comunidades familiares mais alargadas, constituídas pelos seus descendentes. […] A sua presença e a sua afectividade são particularmente importantes no apoio, no acompanhamento e na transmissão de valores às gerações mais jovens da comunidade familiar.
As necessidades particulares dos idosos dependentes — por motivo de deficiência profunda, doença grave ou idade avançada — constituem, contudo, uma realidade a que as famílias nem sempre conseguem dar a resposta adequada. A exiguidade e a falta de condições do espaço familiar, a dificuldade — por parte dos filhos — em conciliar a vida profissional com o acompanhamento dos pais em situação de dependência, constituem uma grave dificuldade experimentada por muitas famílias.»
(Conferência Episcopal Portuguesa, Carta Pastoral A Família, esperança da Igreja e do mundo, Maio 2004, nº 24)
Estas situações resultam num aumento da procura de instituições de terceira idade, que muitas vezes não satisfazem os requisitos mínimos. Por outro lado, verifica-se cada vez mais uma desresponsabilização das famílias relativamente ao acompanhamento dos seus idosos, culminando com o seu abandono nos hospitais. Em muitos casos, a família tem vontade de ajudar o idoso, mas não tem condições nem apoios para o manter em casa.
• Como temos conseguido desenvolver na nossa família a preocupação de tornar presente, na vida quotidiana, os valores essenciais que são o amor e a vida, concretamente no acolhimento, quer na convivência quer no apoio ou na integração das gerações mais idosas?
• De que estamos dispostos a prescindir para dar aos idosos das nossas famílias a atenção que lhes é devida?
• Que protagonismo têm os idosos na vida da nossa família?
P.e Domingos Paulo Oliveira
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