Às segundas, um livro: «Os Imperdoáveis»
«Cristina Campo acostava-se à linguagem como o crente ao texto sagrado» (Georgio Manganelli)
O seu nome era Vittoria Guerrini, mas escolheu um outro: Cristina Campo. Cristina de «portadora de Cristo». E Campo, numa referência aos campos de concentração («campos de dor», como ela, a dada altura, escreve). Nasceu em Bolonha, em 1923, e está lá sepultada (a sua morte ocorreu em 1977). Traduziu e comentou textos da Bíblia e T.E. Lawrence, Holderlin, Santo Efrém e Homero, T.S. Eliot, velhos missais orientais e contos maravilhosos, Emily Dickinson, Djuna Barnes, Simone Weil, os Padres do Deserto, Marcel Proust e São João da Cruz, entre outros.
"[...] Talvez alguns se perguntem como é que este livro, difícil de catalogar, mas que a ser alguma coisa é no campo da literatura, surge a encabeçar uma colecção de escritos teológicos. Uma resposta elíptica é que a experiência poética e a religiosa se inscrevem no território comum da linguagem, e que tanto numa como noutra se busca aquilo que Campo chamava "o sabor máximo de cada palavra". Uma resposta detalhada seria confrontar o percurso de Cristina Campo com aqueles que dão o catolicismo como esgotado em termos da sua inscrição na cultura, e que já nem lhe reconhecem a possibilidade criativa de gerador de sentidos."
[José Tolentino de Mendonça - Quando a alma se move no seu sangue : Simone Weil e Cristina Campo [prefácio do livro de Cristina Campo Os Imperdoáveis. Lisboa : Assírio & Alvim, 2005]
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By Anónimo, at 6:06 da manhã
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