Às segundas, um livro:Um bom homem é difícil de encontrar
Flannery O"Connor, escritora considerada uma das mais importantes figuras da literatura americana do século XX, nasceu em 1925, em Savannah, na Georgia, e morreu aos 39 anos em Andalusia, nos arredores de Milledgeville, onde criava pavões e outras aves. Entre outros géneros (dois romances, cartas, comentários, críticas), escreveu 32 contos, que foi publicando em diversas revistas e publicações, mais tarde coligidos em dois volumes separados. O primeiro volume, "A Good Man is Hard To Find" ("Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" na versão portuguesa), acaba de ser traduzido e editado pela Cavalo de Ferro. O segundo, intitulado "Everything That Rises Must Converge", irá ser publicado mais tarde pela mesma editora. Não é a primeira vez que contos de Flannery O"Connor são publicados em português, mas é a primeira vez que este livro o é. A tradutora deste "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" é a escritora Clara Pinto Correia, e já tinha sido ela a organizar e a traduzir a "Antologia Indispensável" de Flannery O"Connor que a Dom Quixote publicou em 1996. Para essa antologia a tradutora tinha seleccionado apenas seis contos retirados dos dois livros originais.
Os contos de "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" são perturbadores e estranhos e, uma vez lidos, não nos deixam mais. Em 2005 foram publicados em Espanha todos os seus contos num único volume: num mês esgotaram-se duas edições e nessa altura a agência de notícias espanhola Colpisa escreveu: "À sordidez da miséria, aos conflitos racionais, ao asfixiante peso da religião e à luta frustrada pela liberdade sobrepõe-se, nos contos de Flannery O"Connor, uma estranha beleza que surge de uma íntima exploração moral da condição humana." É isso mesmo.
Isabel Coutinho , Público Mil Folhas
Flannery O'Connor
BIOGRAFIA
Flannery O’Connor é uma das mais importantes vozes da literatura americana, particularmente aclamada pela genialidade dos seus contos que combinam o cómico, trágico e brutal. É uma escritora de referência da tradição Gótica Sulista focada na decadência do Sul e nas suas gentes malditas.
Flannery O’Connor nasce em Savannah, Georgia em 1925, filha única de um casal católico praticante. Aos doze anos de idade, quando o pai adoece gravemente, muda-se para Milledgeville, Georgia, o local de nascimento da sua mãe. O pai falece quando Flannery tem quinze anos de idade. Ainda enquanto estudante na universidade de Iowa, publica a sua primeira história, The Geranium, em 1946. Em 1947 ganha o Rinehart-Iowa Fiction Award para um primeiro romance, com Wise blood. No fim de 1950, o médico de família informa a mãe que Flannery está a morrer com Lupus, a mesma doença que vitimou o seu pai.
Viveu até ao fim com a mãe, na famosa propriedade, Andalusia, nos arredores de Milledgeville onde criava pavões e outras aves e dedicava-se à pintura e à escrita.
Depois de uma doença prolongada e dolorosa, falece muito cedo, aos trinta e nove anos. Deixa uma obra curta que consiste em trinta e dois contos coligidos pela própria autora em dois volumes separados, («Um bom homem é difícil de encontrar» e Everything that rises must converge), dois romances (Wise blood e The violent bear it away), algumas críticas, comentários e cartas.
A sua obra completa está editada pela Library of America ao lado de nomes imortais das letras americanas como os de Whitman, Melville, Hemingway, Faulkner, etc.
Foi criado o Prémio de Conto Flannery O’Connor, em homenagem à autora, que é um prémio anual atribuído a uma colecção de contos de elevada qualidade literária.
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