O Bom Pastor:

Formação do Clero da Arquidiocese de Braga

3.7.06

Às segundas um livro: «Diálogos com o Silêncio»



Thomas Merton amava a vida com a paixão de um poeta romântico. Aos 26 anos de idade, ele resolveu tornar-se monge Trapista e começou a seguir sua última paixão que durou sua vida toda. A partir da sua moradia austera no mosteiro de Nossa Senhora de Getsêmani, em Kentucky, Merton trabalhou para mudar a sociedade e para chegar mais perto de Deus. Os desenhos e orações deste livro são um belo testemunho do seu itinerário íntimo, o diálogo de Merton com Deus. As orações foram recolhidas de todas as obras de Merton, dos seus livros, diários e cartas e são apresentadas no livro junto com seus desenhos, bastantes desconhecidos, pela primeira vez. Os desenhos mostram a evolução da arte de Merton desde a simples representação até aos mais abstractos, nos quais se reflete o seu interesse pelo Zen e pelas culturas orientais.
«Diálogos com o Silêncio» convida o leitor a entrar num clima sagrado de contemplação onde escutamos o silêncio, aguardando a presença divina em nossas vidas, onde o vazio se torna a conjuntura para o intercâmbio entre o mundo exterior e interior, onde a escuridão se transforma em luz, o lugar onde se revela a voz de Deus.


«A Ti, que dormes no meu peito, não te encontramos com palavras, mas com o surgir da vida, e da sabedoria dentro da sabedoria. Contigo já não há diálogo, nem contenda ou oposição de qualquer espécie. A Ti é na comunhão que te encontramos. Tu em mim e eu em Ti; Tu neles e eles em mim: desapego no desapego; desamor no desamor, vacuidade na vacuidade, liberdade na liberdade. Estou só. Tu és só. O Pai e eu somos Uma só coisa»

Thomas Merton, «Diálogos com o Silêncio». Orações e desenhos originais do autor. Editorial Franciscana, 2006, 121.