O Bom Pastor:

Formação do Clero da Arquidiocese de Braga

25.2.07

Dimensão terapêutica da fé


“Para definir a situação do cristianismo, temos que afirmar que este, diferentemente do budismo, não é uma religião ascética, mas uma religião terapêutica… O cristianismo é a única religião que, com a sua mensagem de ressurreição, aceitou a morte… Falando metaforicamente, diremos que na noite do Gólgota amanheceu um sol invisível: o sol do amor vivido por Jesus e que apontava para Deus. E este amor, tal como responde à questão sobre a identidade do ser humano, também responde à questão sobre o sentido do seu sofrimento, incluindo o sofrimento – muito especialmente – que padece aquele que sofre uma doença crónica… Por isso, no vasto campo das terapias, não aparece tão facilmente uma outra terapia como o cristianismo, o qual, no mesmo sentido em que realiza a luta contra a morte, demonstra ser a grande religião da superação da angústia… Por isso, o programa da teologia terapêutica pode sintetizar-se na frase: «O sofrimento tem sentido»!

Eugen Biser (teólogo e filósofo alemão)